Política - Governo libera visita íntima para menores infratores
Entra
em vigor em 90 dias a Lei 12.594/12, que, entre outras definições,
autoriza a visita íntima para os adolescentes infratores em regime de
internação. O benefício, que já causa polêmica, vale para os menores
casados ou os que comprovarem ter uma união estável. O argumento de quem
defende a ideia é que a medida pode fortalecer vínculos familiares,
enquanto, quem critica, acredita em um estímulo à criminalidade, ao
facilitar a vida do menor internado.
Em Minas, a novidade atinge 1.058 adolescentes cumprindo pena em 32 instituições - não há levantamento de quantos se enquadram na nova regra. Na capital, cerca de 3% dos 400 menores internados têm relação estável, mas nenhum é casado.
Aprovada pela Câmara dos Deputados em 2009, a lei foi proposta pelo governo durante a gestão de Lula e sancionada anteontem pela presidente Dilma Rousseff. Ela institui o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase) e regulamenta a execução das punições para adolescentes infratores.
O juiz Carlos Frederico Braga da Silva, da Vara da Infância e Juventude de Belo Horizonte, defende a medida, segundo ele, como uma ação para estimular o vínculo amoroso e familiar. "Os centros de internação não vão se transformar em um local de encontros, a visita será só para os que têm união estável comprovada. A lei estabeleceu regras para a vida sexual que já existe nas unidades", defendeu.
Já na avaliação da terapeuta e psicopedagoga Valéria Eugênia Silva, especialista em crianças e adolescentes, a medida pode incentivar a promiscuidade. "Até que ponto essa lei vai beneficiar o adolescente, que pode achar a situação muito confortável e não ver o local como uma punição?", questionou a especialista.
Mais críticas. Para alguns, a medida é contraditória, já que o menor é proibido por lei de ver filmes pornográficos e de entrar em motéis. "Apesar de ser importante respeitar os direitos do menor, é uma situação delicada porque pode parecer que na unidade de internação pode fazer sexo e lá fora, em um motel, não", disse o presidente da Comissão de Assuntos Penitenciários da Ordem dos Advogados do Brasil em Minas (OAB-MG), Adilson Rocha.
O controle das visitas nos centros de internação e as "normas" sobre a vida sexual dos internos até então eram reguladas pela própria direção das unidades. "É uma ilusão imaginar que os adolescentes não praticam sexo. Mas a medida deveria ser aplicada com campanhas de prevenção à gravidez e doenças", disse Eloisa Machado, consultora da ONG Internacional Conecta Direitos Humanos.
Fonte: Jornal O Tempo
Em Minas, a novidade atinge 1.058 adolescentes cumprindo pena em 32 instituições - não há levantamento de quantos se enquadram na nova regra. Na capital, cerca de 3% dos 400 menores internados têm relação estável, mas nenhum é casado.
Aprovada pela Câmara dos Deputados em 2009, a lei foi proposta pelo governo durante a gestão de Lula e sancionada anteontem pela presidente Dilma Rousseff. Ela institui o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase) e regulamenta a execução das punições para adolescentes infratores.
O juiz Carlos Frederico Braga da Silva, da Vara da Infância e Juventude de Belo Horizonte, defende a medida, segundo ele, como uma ação para estimular o vínculo amoroso e familiar. "Os centros de internação não vão se transformar em um local de encontros, a visita será só para os que têm união estável comprovada. A lei estabeleceu regras para a vida sexual que já existe nas unidades", defendeu.
Já na avaliação da terapeuta e psicopedagoga Valéria Eugênia Silva, especialista em crianças e adolescentes, a medida pode incentivar a promiscuidade. "Até que ponto essa lei vai beneficiar o adolescente, que pode achar a situação muito confortável e não ver o local como uma punição?", questionou a especialista.
Mais críticas. Para alguns, a medida é contraditória, já que o menor é proibido por lei de ver filmes pornográficos e de entrar em motéis. "Apesar de ser importante respeitar os direitos do menor, é uma situação delicada porque pode parecer que na unidade de internação pode fazer sexo e lá fora, em um motel, não", disse o presidente da Comissão de Assuntos Penitenciários da Ordem dos Advogados do Brasil em Minas (OAB-MG), Adilson Rocha.
O controle das visitas nos centros de internação e as "normas" sobre a vida sexual dos internos até então eram reguladas pela própria direção das unidades. "É uma ilusão imaginar que os adolescentes não praticam sexo. Mas a medida deveria ser aplicada com campanhas de prevenção à gravidez e doenças", disse Eloisa Machado, consultora da ONG Internacional Conecta Direitos Humanos.
Fonte: Jornal O Tempo