Imagens de buraco negro no espaço são registradas pela 1ª vez
Pesquisadores da Fundação Nacional de Ciência (cuja sigla em inglês é
NSF), nos Estados Unidos, que atuam no projeto Telescópio de Horizonte
de Eventos (cuja sigla em inglês é EHT), revelaram
quarta-feira (10) que, pela primeira vez, foram captadas imagens de um buraco
negro no espaço. Os buracos negros são objetos cósmicos com massas
imensas e tamanhos compactos. A presença desses objetos afeta o
ambiente, podendo distorcer os conceitos de espaço-tempo e
superaquecendo qualquer material ao redor.
"Nós tiramos a primeira foto de um buraco negro", disse o diretor do
projeto da EHT, Sheperd S. Doeleman, do Centro de Astrofísica Harvard e
Smithsonian. "Este é um extraordinário feito científico realizado por
uma equipe de mais de 200 pesquisadores."
Detalhes
A imagem revela o buraco negro no centro de Messier 87, uma enorme
galáxia ao redor do planeta Virgem. Este buraco negro está a 55 milhões
de anos-luz da Terra e tem uma massa de 6,5 bilhões de vezes a massa do
Sol.
Em entrevista coletiva, os astrônomos informaram que os detalhes
serão descritos em seis artigos acadêmicos, publicados em uma edição
especial do The Astrophysical Journal Letters.
"Este é um grande dia em astrofísica", disse a diretora da Fundação
Nacional de Ciência, France Córdova. "Estamos vendo o invisível. Buracos
negros têm causado imaginação por décadas. Eles têm propriedades
exóticas e são misteriosos para nós.”
Córdova disse que cientistas e engenheiros foram preparados "para
iluminar o desconhecido, para revelar a majestade sutil e complexa do
nosso universo ".
Projeto
O projeto liga telescópios ao redor do globo para formar um
telescópio virtual do tamanho da Terra, com sensibilidade e resolução
sem precedentes. O trabalho é desenvolvido há anos por meio de
colaboração internacional.
A fundação desempenhou papel fundamental nesta descoberta,
financiando investigadores individuais, equipes científicas
interdisciplinares e instalações de pesquisa de radioastronomia desde o
início da EHT. Mais de US$ 28 milhões foram aplicados em pesquisa da
EHT.
Múltiplas calibrações e métodos de imagem revelaram uma estrutura em
forma de anel, com uma região central escura - a sombra do buraco negro
-, que persistiu sobre várias observações independentes, segundo os
pesquisadores.
"Uma vez que tínhamos certeza de que tínhamos imaginado a sombra,
poderíamos comparar nossas observações a extensos modelos de computador
que incluem a física do espaço distorcido, matéria superaquecida e
campos magnéticos fortes”, disse Paul TP Ho, membro do Conselho da EHT e
diretor do Observatório da Ásia Oriental.
A construção do EHT e as observações anunciadas hoje representam o
resultado de décadas de trabalho observacional, técnico e teórico. As informações são da Agência Brasil.
