Pagamento por WhatsApp será aprovado em breve, diz Campos Neto
Suspenso enquanto aguarda análise do Banco Central (BC) , o serviço de pagamentos por meio do aplicativo de WhatsApp deverá ser autorizado em breve, disse terça-feira (30) o presidente do órgão, Roberto Campos Neto. Segundo ele, a ferramenta será uma inovação financeira, ao juntar mensagens, conteúdo e meios de pagamentos.

“Se eu tenho isso, o WhatsApp vai ser
aprovado em breve para fazer pagamentos no Brasil. Vejo um casamento
entre mídia social e o mundo de finanças, os controladores têm de
entender como regular, enfrentar e o que significa para competição na
sociedade”, disse Campos Neto em evento virtual promovido por um banco.
Em junho do ano passado, o BC suspendeu o
teste que o Facebook, empresa dona do WhatsApp, tinha começado a fazer
no Brasil. Em parceria com as operadoras Visa e Mastercard, pessoas
físicas e empresas poderiam usar a função pagamento dentro do aplicativo
para transferirem dinheiro e fazerem pagamentos dentro do país e em
reais. O BC, na época, interrompeu o serviço para verificar os riscos da
nova tecnologia.
Juros e inflação
Campos Neto também comentou a expectativa
sobre os juros e a inflação. Segundo ele, a elevação de 0,75 ponto
percentual na taxa de juros, a Selic (juros básicos da economia) na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) permitirá que o ciclo total de alta da Selic seja menos forte que o previsto.
“Esse movimento mais forte e mais próximo
pode gerar uma elevação total menor”, declarou. Há duas semanas, o Copom
surpreendeu o mercado ao elevar a Selic em 0,75 ponto, enquanto a
maioria dos analistas de mercado projetava alta de 0,5 ponto. No último
boletim Focus, pesquisa com instituições financeiras divulgada toda
semana pelo BC, os analistas preveem que a Selic, atualmente em 2,75% ao
ano, encerrará 2021 em 5% e 2022 em 6%.
Sobre a inflação, o presidente do BC
reiterou a visão da equipe econômica de que o fenômeno é temporário. Na
avaliação de Campos Neto, está ocorrendo o repasse da alta do dólar e
das commodities (bens primários com cotação internacional) para os
preços neste primeiro semestre. Ele declarou que a inflação deverá
continuar a vir alta nos próximos meses, antes de começar a cair.
“Estávamos vendo uma disseminação tanto na
cadeia de alimentos, quanto de materiais, em parte ainda por um grande
movimento que entendemos que é temporário, mas entendíamos que, aliado
ao fator de alta na inflação global, e alta de commodities, era
importante que se freasse esse movimento o mais rápido possível”, disse
Campos Neto.
Por Agência Brasil - (30/03/2021)