Israel dispara tiros e gás lacrimogêneo contra palestinos em Gaza e deixa 1.100 feridos
FRONTEIRA DE GAZA (Reuters) - Tropas de Israel dispararam tiros e gás
lacrimogêneo contra palestinos na fronteira entre seu país e Gaza nesta
sexta-feira, parte de um protesto prolongado, e deixaram cerca de 1.100
feridos.
Médicos disseram que 82 pessoas foram feridas com
munição real e que outras 800 foram tratadas devido à inalação de gás e a
outros ferimentos do lado de Gaza da cerca de fronteira de 40
quilômetros, onde palestinos montaram acampamentos em 30 de março para
marcar o que chamam de “A Grande Marcha do Retorno”.
Jovens
lançaram pneus em chamas até uma distância de 300 metros da cerca,
tentando usar a fumaça como cobertura para lançarem pedras através da
barreira e escapar dos atiradores de elite israelenses. Disparos do
Exército já mataram ao menos 43 palestinos na divisa ao longo do último
mês.
Os
manifestantes disseram ter usado estilingues para derrubar dois
pequenos drones de observação de Israel. O Exército confirmou a perda
das aeronaves de controle remoto.
Enfrentando críticas
internacionais devido ao uso de munição real nos protestos, Israel diz
estar protegendo sua fronteira e adotando tais ações só quando os
manifestantes, alguns atirando coquetéis incendiários e tentando plantar
explosivos, se aproximam demais.
Nesta
sexta-feira soldados enfrentaram “aproximadamente 10 mil palestinos
participando de tumultos em cinco locais ao longo da fronteira da Faixa
de Gaza”, disse um porta-voz militar, acrescentando que um grupo tentou
romper a cerca e entrar em território israelense.
No momento em
que Israel comemora seu 70º aniversário, os palestinos lamentam o que
chamam de “Nakba” (catástrofe) da expropriação em massa de seu povo
durante o conflito que irrompeu em 1948.
Por Nidal al-Mughrabi/ Reuters
