Polícia Federal combate extração ilegal de quartzito
A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (20/02/2019), na região do Parque Nacional da Serra da Canastra (PARNA), a
Operação “S.O.S. Canastra”, para desmantelar uma organização criminosa
que vinha extraindo ilegalmente pedras de quartzito do Parque Nacional
há vários anos.
Estão sendo cumpridos 160 mandados
judiciais, expedidos pela Justiça Federal de Passos/MG, sendo 77
mandados de busca e apreensão, 73 mandados de prisão (20 preventivas e
53 temporárias), além de 10 apreensões de caminhões. Eles estão sendo
cumpridos nas cidades mineiras de Alpinópolis, Passos, Itaú de Minas,
Carmo do Rio Claro, São João Batista do Glória, Piumhi e Belo Horizonte e
na cidade paulista de Batatais.
Também foram determinadas pelo juiz a
demolição de alojamentos clandestinos utilizados pelos extratores e a
apreensão de todo o maquinário empregado na exploração ilegal.
As investigações tiveram início há oito
meses e apuraram que várias pessoas se associaram e passaram a retirar
ilegalmente pedras de quartzito do PARNA que, após extraídas, eram
transportadas para vários depósitos na região das cidades mineiras de
Capitólio e Alpinópolis; sendo posteriormente comercializadas para
diversos estados.
A fim de facilitar as investigações, os
responsáveis pela extração ilegal foram divididos em grupos:
Extratores; Negociadores; Vigia; Donos de Depósitos e Motoristas. Dentre
os Extratores, alguns exerciam a função de donos de bancos, que
correspondem a uma pequena área onde o quartzito é retirado. Os Donos de
Depósito encomendavam e adquiriam as pedras dos Extratores, diretamente
ou por meio dos Negociadores, executando o beneficiamento do material
para posterior comercialização.
Os Motoristas eram responsáveis pelo
transporte clandestino das pedras extraídas no PARNA, para os depósitos
onde seriam beneficiadas. O Vigia, além de trabalhar como negociador,
recebia um percentual para permanecer durante todo o dia em local
estratégico no PARNA, avisando aos Extratores e Motoristas sobre
qualquer ação dos órgãos governamentais; além de monitorar qualquer
veículo que adentrava no Parque.
Juntamente com a representação ao Juiz
Federal, foi apresentada uma perícia elaborada pela PF, demonstrando a
imensa degradação ambiental causada pela extração ilegal, que, por ser
uma atividade clandestina, não possuía plano de manejo, despejando
rejeitos em diversas áreas do Parque, inclusive em leitos de rios e
nascentes que formam a bacia do Rio Grande. Esses rejeitos, em época de
chuvas, eram levados para o lago de Furnas, além de ficarem espalhados
por diversas áreas do PARNA. Ao todo, foram identificados nove locais de
extração, alguns com mais de dois quilômetros de extensão.
Durante a investigação, demonstrou-se
como a exploração clandestina tem causado diversos danos ambientais ao
Parque. A extração do material era realizada por explosivos, com
posterior retirada manual por meio de ferramentas. Desse material, cerca
de 85% eram rejeitos. Alguns dos envolvidos chegavam a atear fogo no
Parque, para facilitar a extração ilegal.
Os presos serão encaminhados para o
presídio de Passos/MG, ficando à disposição da Justiça Federal. Todos os
envolvidos serão indiciados pelos crimes de organização criminosa,
extração ilegal de minerais e danos ambientais decorrentes. As informações são da Polícia Federal. (www.passos24horas.net)